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Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC)
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Hi! I hope you enjoy my first post! =D
Introdução
Ainda não sei se darei continuidade a esse blog, tão pouco qual seu será seu foco, se é que vai ter algum.
De todo modo, esse é meu primeiro post, se não for interessante pra ninguém ao menos será muito útil para mim para consultas posteriores. Catalogarei pela primeira vez uma experiência minha, a qual batizei – a poucos minutos – de “Higienização Térmica de Livros”. Começarei contando a história.
História
Tomei emprestado alguns livros para aperfeiçoar meu inglês – Estou me preparando para morar no Canadá - e um deles está completamente amarelo e bem desgastado, enquanto o outro está relativamente em bom estado – folhas brancas, intactas – porém notavelmente empoeirado, acredito que ácaros e afins já estão bem presentes também.
Sempre sofri com fortes alergias a praticamente tudo que está no ar. Ultimamente já havia sofrido bastante tentando ler um antigo livro de psicologia. O mais conservado dos livros que me foi emprestado me causou efeitos piores que o de psicologia. Como se não bastasse, meus antigos dicionários que resgatei após muito tempo de um quartinho nos fundos da casa causaram efeitos ainda mais dramáticos.
Pesquisei o quanto pude na internet a respeito de higienização de livros, mas todos os artigos se mostraram preocupados apenas com a durabilidade do papel, e não com o aspirante leitor. Tudo que se mandava fazer era folhear o livro todos os anos. Os mais perfeccionistas aconselhavam passar um pincel em volta do livro e em suas “costuras”, mas nada além disso.
Se não me davam uma boa resposta, meu instinto tinhoso teria que descobrir alguma coisa. Vejamos então a experiência que projetei em minha cabeça e depois executei:
Teoria
Ao que me consta, ácaros fungos e afins são seres vivos. E quem está vivo pode ser morto =)
Até onde sei, eles adoram umidade e uma temperatura favorável. O que aconteceria então se eu tirasse essas 2 coisas daquele “ambiente” (o livro) ? I Kill You
Eu entendo que com isso submeteria material do livro – papel – a condições adversas, as folhas seriam ressacadas além de sofrer com as trocas de temperatura. Mas prefiro agredir meus livros a agredir minha saúde ou minha paciência. Antes ter uma boa experiência de leitura abrindo mão da durabilidade do livro do que guardar por décadas coisas das quais meu organismo procurará cada vez mais se afastar.
Plano
Já fazia um tempo que eu planejava montar uma espécie de estufa improvisada usando a carcaça de microondas e adaptando a ela uma lâmpada de chocadeira.
O mais difícil – a carcaça de microondas – eu até tenho, mas, visto o meu triste estado financeiro, faltou coragem de comprar a tal lâmpada. Seu valor atual deve passar dos R$ 50,00.
Então resolvi ir com a cara e a coragem, usar um microondas normal para aquecer e ressacar o livro, e um recipiente com água para resfriá-lo em seguida.
Retirei o grande prato de vidro do microondas, e coloquei a cobaia – meu pobre livro de psicologia – coberta por um prato vidro usado para servir salada. O prato tinha “fundo” quadrado e bordas altas e irregulares, em formato de onda. Cobri o livro com o prato emborcado, que - devido as bordas em formato de onda – não cobria totalmente o livro.
ps.: A lâmpada de iluminação do microondas estava queimada, o que dificultou a experimentação, sempre que o livro entrava começava o suspense.
Mantive próximo um recipiente com água e gelo - que logo derreteu – aonde eu mergulharia o livro após retirá-lo do microondas e envolve-lo num saco plástico.
Liguei o microondas apenas 10 segundos para me certificar de que nenhuma eventualidade aconteceria logo no inicio.
Logo, dei continuidade a experiência, foram algumas sessões de 30 segundos, creio que 2 sessões de 1 minuto...
Os resultados estavam saindo melhor do que eu esperava! Realmente o livro esquentava muito e eu via o vapor que ficava preso no prato de vidro. Quando eu retirava do microondas e o folheava o vapor continuava saindo, expulsando um forte calor. E o melhor de tudo, nenhum sinal de alergia! Ao aproximar o nariz do papel eu sentia um cheiro diferente, “cheio de calor”, mas nada que despertasse minha alergia. Eu não esperava que os resultados viesse tão rápido. Ao os dedos pelas folhas, eles ficavam cinzentos como quem está tirando resíduos, mas eu parecia não ter alergia aquilo.
Do meio para o fim da experiência comecei a causar o choque térmico, envolvendo o livro num saco plástico e mergulhado-o na água, mas sinto que isso foi completamente desnecessário e indiferente. O calor por si só já parecia resolver todos os problemas.
À medida que eu repetia o procedimento, as páginas iam ficando claramente mais ressacadas, e era muito fácil marcá-las (as “entortar”). Isso, inclusive, dificultava bastante o ato de passar páginas, estas se mostravam “coladas” umas as outras. Mas nada que folhear o livro inteiro, repetidas vezes, não resolvesse – apesar das páginas ficarem “côncavas”.
Foi quando meu lado extravagante e infantil – que só sossega quando algo dar muito errado - falou mais alto – para variar -.
Decidi fazer o teste final, já tinha resfriado bastante o livro quando o coloquei no microondas para uma exagerada sessão de 3 minutos.
Chegando aos 2 minutos, eu já sentia que algo muito ruim estava acontecendo, aos 2 minutos e meio não agüentei mais e mandei parar.
Lá estava meu livro com grandes queimaduras, além de um liquido amarelo – provavelmente a coloração das páginas amareladas ou da capa bege – que sujando o microondas, o vidro, e, claro, o próprio livro.
O cheiro de queimado era forte, e, com certeza, substâncias tóxicas estavam no ar. Tive muita ânsia de vômito, tonturas, ardor nos olhos etc. Após beber 4 canecas de água e esperar bastante acho que consegui dormir, depois de limpar toda a bagunça, claro.
No primeiro momento imaginei que o “incêndio” teria começado na capa, devido ao seu material. Porém as folhas do meio do livro foram de longe as mais afetadas, justamente as que sempre se mostravam mais quentes.
Havia um recibo padrão em branco mais ou menos na metade do livro, mas a região aonde ele se encontrava não era a mais afetada, além do seu material não ter nada de especial.
Conclusão
Para mim o experimento se mostrou um sucesso. Se o maior interesse é ler o livro imediatamente - ainda que sua vida útil e qualidade sejam comprometidas – vale a pena para qualquer alérgico que não esteja preocupado com a estética. Para mim um livro velho é apenas um – possível – bom conteúdo em um material desgastado, não vejo beleza alguma nisso, – alguém vê? – quero apenas desfrutar do seu conteúdo sem dor, e ponto final.
Assim que encontrar outros livros MEUS que me causem alergia - e que sejam uma perda aceitável – repetirei o experimento a fim de refinar a técnica e futuramente aplicá-la a todo o meu material.
Por hora tenho em mãos apenas os livros que me foram emprestados, e nestes não ousaria fazer nada não autorizado, ainda que a experiência tivesse sido um completo sucesso. Estes eu vou limpar com pincel, pagina por pagina, e lê-los usando mascara de médico. É a vida..