I remember faces, not names!
Eis uma
frase que tenho visto muitos falando nesse início de semestre; “Eu lembro de
rostos, não de nomes”. Após as curtas férias, reencontramos colegas com a sensação
de que há anos não os vemos. São pessoas que entraram a pouco tempo em nossa
vida e, por mais familiar sejam, não fazemos mais ideia do nome delas.
Meu
problema, porém, vai além do abrangência da famosa frase. Então, a partir de
hoje, me defino com a seguinte frase: “Não lembro nomes, tal como não lembro
rostos”.
Após uma
péssima noite de sono, sento na fileira da frente, aguardando a professora de
francês. Contrastando com a meu semblante cansado e desmotivado, entra uma
garota alegre e radiante, que parece me cumprimentar.
“Quem
diabos é essa?”. Perco 1 segundo para despertar e fazer essa profunda reflexão.
Após a pausa necessária, aceno de volta, sem a menor naturalidade. Ela passa
por mim e senta ao lado de Érica.
Sim! A
Alemã amiga de Érica! Eu havia trocado duas palavras com Érica no final da aula
passada e, se bem lembro, ela participou de alguma forma. “Não havia prestado
muita atenção nela”, foi a desculpa que dei a mim mesmo pela minha falha.
Algum tempo
se passa e senta-se ao meu lado um cara, que me cumprimenta. Pergunto se ele havia
recebido minha mensagem, o que pareceu tê-lo deixado confuso e surpreso.
Perguntei se seu nome era “Ricardo Garcia Ramirez” (pois eu poderia ter
contatado o Ricardo errado). “Me chamo Basílio” – ele respondeu. Acabo percebendo que aquele mexicano não era
o tal Ricardo que havia conversado comigo semana passada; E o pior de tudo:
Érica, que estava logo atrás de mim, conhece o tal Ricardo, e certamente percebeu
meu vexame.
Basílio,
ainda desnorteado, olha para o papel deitado sobre minha mesa e pergunta se a
mensagem estava relacionada a atividade de casa. Sem conseguir disfarçar minha
agonia, confirmo a mentira que ele me ajudou a criar e, tranquilizo-o, afirmando
que já havia resolvido o problema.
Quando
comecei a escrever esse texto, lembrei que, em certa ocasião, Érica havia me corrigido
quando eu escrevia seu nome. Fui então procurar seu nome em um papel que usei para
entrevistar vários alunos durante uma atividade de classe. Percebo um nome
familiar no papel: Basílio. Ah! então
foi assim que eu o conheci! Sim, eu acabei de descobrir.
Quanto a Érica, não encontrei seu nome no tal
papel, e estou agora tentando lembrar que tipo de situação foi essa, na qual
escrevi seu nome e ela me corrigiu.
Conheci
todas essas pessoas na semana passada, e elas já estavam tão distante em minha
memória... Como, então, não perdoar as pessoas que iniciam o semestre com a frase
famosa frase? =)
I remember faces, not
names!
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