Apresentação – Peter Masters
Antes de começar o relato desta história, farei uma breve apresentação.
Meu nome é Peter Masters, escrevo livros, crônicas e artigos desde o tempo de colégio. Isso se tornou minha profissão há poucos anos quando precisei ter minha própria renda. Busco, em meu trabalho, elevar a condição do meu país através de estudos sociais que dão ainda mais visibilidade a toda sujeira que sobrevive da acomodação de um povo que se mostra satisfeito - já que nada faz a respeito – em ver seu país afundar, desde que receba meia vez por ano o aperto de mão de algum deputado.
Hoje, tal como em minha infância, recebo bastante atenção das pessoas que estão longe de mim. Escrevo sempre sobre o meu país, mas parece que isso só é lido lá fora. Falando em “lá fora” tenho uma ligação pouco agradável com os Estados Unidos. Minha mãe é uma das filhas bastardas de Vernon Walters, adido americano que teve grande importância na implantação da ditadura militar no Brasil. Não nos deteremos em contar a história desse oficial ou refletir sobre aquela infeliz época de meu país, é suficiente dizer que a paixão de minha mãe pelos ideais americanos era tão irracional quanto à daquele Cearense, amigo antigo da família, que por tempos dominou meu país.
Meu sobrenome não veio de um pai estrangeiro nem de uma homenagem disfarçada da minha avó, mas, da mente fértil de minha mãe. Ela dizia que Masters deveria ser o termo usado quando as pessoas estivessem se referindo aos “americanos”. Entendo que para ela eles não eram apenas os donos da “América”, mas os Masters de todo o mundo. Patético. Ainda mais ultrajante é o meu nome do meio. Este não uso, não consta em meus documentos, e em lugar algum irei revelar.
Não manterei nessa narrativa o alto nível de escrita que me tornou internacionalmente reconhecido. Afinal, não estou trabalhando, nem mesmo estou criando conhecimento. Apenas estou escrevendo.
Vamos, então, a história...
Referências e Citações
OS EUA E A DITADURA MILITAR NO BRASIL: ESTRATÉGIAS DE DEFESA E DE SEGURANÇA DA “DEMOCRACIA”
TempoPresente.org
“A maior expressão da Guerra Fria na América Latina seguiu-se com a implantação de governos militares ditatoriais em grande parte de seus países. Isso na tentativa de conter os movimentos de esquerda que eclodiam e que carregavam a bandeira do socialismo. Assim as décadas de 1960 e 1970 foram turbulentas para as nações latino-americanas, em muitos países a democracia foi suprimida e a imposição de ditaduras foi um acontecimento freqüente. E nota-se claramente que os EUA tiveram participações importantes nas implantações e consolidação dessas ditaduras.”
[...]
“Isso foi impulsionado pela forte influência exercida por Cuba na América Latina. A idéia de comunismo e figuras marcantes como Fidel Castro e Che Guevara faziam das ideologias socialistas algo real e de grandes possibilidades de surtir efeito. Isso porque a história colonial escravocrata da região remete à exploração indígena, a exploração do trabalho negro, a dizimação de populações nativas, a desenfreada exploração dos recursos naturais e outros, que fazem do sentimento nacionalista e patriótico da população desses países, focarem a pobreza e a exploração e terem como uma ideologia a ser seguida, justamente a protagonizada pela URSS. (ARRUDA & PILETTI, 2005)”
[...]
“No Brasil, em especial, os EUA juntamente com o governo brasileiro da época, delineiam os passos políticos de cada um de uma forma a garantir a presença do capitalismo no bojo estatal e espantar de vez o “fantasma do comunismo” do país e da região.”
“Assim sendo, com o golpe de 64 e a ascensão ao poder de Castelo Branco, primeiro presidente militar, a história tomou um rumo diferente. Castelo era visivelmente pró-americano e promoveu um realinhamento da política externa brasileira, e isso deixou os norte-americanos eufóricos, que fazia com que o fluxo de investimentos no país fosse muito maior e chegassem a passam a ordem dos 600 bilhões de dólares.”
Biografia de Vernon Walters
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC)
“Em 1941 alistou-se no Exército e, nesse mesmo ano, com a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi convocado, sendo logo destacado para o serviço de inteligência. Em 1944, com o desembarque dos contingentes brasileiros na Itália, foi designado oficial de ligação entre a FEB e o V Corpo do Exército norte-americano, tornando-se amigo de diversos oficiais brasileiros, especialmente do general Mascarenhas de Morais e do coronel Humberto Castelo Branco.”
“Voltou ao Brasil em 1962, como adido militar da embaixada norte-americana. Em 1963, ano em que as iniciativas reformistas do presidente João Goulart se intensificaram, Walters manteve Washington a par dos acontecimentos, valendo-se para tanto de suas ligações pessoais bastante estreitas com oficiais brasileiros que haviam lutado na Itália.”
“Em março de 1964 cooperou ativamente com as articulações que levaram à deposição de Goulart. No dia 23 comunicou ao embaixador Lincoln Gordon que o general Castelo Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, assumira a liderança da conspiração contra o governo. Deflagrado o movimento contra Goulart, no dia 31 o governo norte-americano enviou o porta-aviões Forrestal e destróieres de apoio em direção às águas brasileiras.”
“Walters permaneceu como adido militar no Brasil até 1967, devido à sua longa experiência em assuntos políticos do país e sua amizade com vários dos novos governantes, inclusive o presidente Castelo Branco (1964-1967).”
O NOME : VERNON WALTERS.MAS PODEM CHAMÁ-LO DE CAPETA,DIACHO,MEQUETREFE
Geneton.com.br
“Walters faria reminiscências pessoais sobre o amigo Castelo Branco. Os dois se conheceram nos campos de batalha na Itália,na Segunda Guerra. O primeiro militar a ocupar o poder depois do golpe de 64 chamou Walters para um almoço – a dois - no dia em que assumiu a Presidência da República. A deferência dá uma idéia da proximidade entre os dois.”
“Quando estava na Guerra do Vietnam, Walters soube da morte de Castelo Branco,num acidente de avião. Não teve dúvida: ordenou ao capelão que rezasse uma missa pelo brasileiro,numa base militar, em meio ao conflito no sudeste asiático.”
“Apesar de tudo Kelley vive num país onde a mentira e o engano são praticados como algo natural, dia e noite, desde a Casa Branca até abaixo, por uma administração que tem alergia mortal à verdade. Mentiram acerca do pior ataque terrorista já sofrido pelo povo norte-americano, mentiram perante o mundo inteiro para desencadear o terror e a guerra por toda a parte e mentem constantemente para perpetuar uma política insensata. Seguindo o exemplo dos seus dirigentes políticos, os executivos de grandes empresas adulteram números, enganam os accionistas e o Estado e enriquecem-se ilegalmente. Os escândalos de uns e outros inundam as redacções de uma imprensa que conta, naturalmente, entre os seus membros alguns dos mais notáveis farsantes, que mentiram sob juramento perante o mesmíssimo Congresso, como Oliver North e certos assaltantes do Watergate que agora são orientadores da opinião pública.”